Moto: economia e desabafo

Hoje resolvi falar de um tema que envolve um pouco de economia (no cotidiano) e um pouco de desabafo. Resolvi comprar uma moto há cerca de 3 anos atrás, mas, não uma moto qualquer. Eu queria uma esportiva! Nada contra os motoboys com suas CGzinhas, mas essa moto não me atende e (espero que) nunca me atenderá. Eu preferiria uma Scooter do que uma CG, se é pra ser fraca, que seja, pelo menos, confortável! Sei do que estou falando pois pilotei uma CG por quase um mês.

Comprei minha moto esportiva com uma ideia na cabeça: usar apenas finais de semana! Ledo engano, já nas primeiras semanas estava utilizando-a para ir para o trabalho. Eu conseguia ganhar cerca de 1 hora por dia (meia hora pra ir meia hora pra voltar) apenas economizando tempo de deslocamento. Eu podia sair em horário de rush que ainda sim conseguiria chegar a tempo – mesmo com uma moto maior, ainda é possível fazer “corredor”, sem tanta agilidade quanto os motoboys, mas, ainda assim, agilidade suficiente pra não ter que ficar em um local por 40 minutos andando a 3 km/h.

Pra quem tem curiosidade sobre qual moto eu possuo, é uma tipo essa aqui:

Apesar de ser uma moto esportiva, consigo fazer cerca de 20-22km/l com ela. Já no meu carro (que também é esportivo! Hahaha) consigo uma média de 8-9 km/l. A economia de combustível quando utilizo apenas moto é monstruosa. No fim das contas, o papel se inverteu: uso a moto dia de semana e o carro final de semana para sair com a (ex)patroa ou encontrar com os amigos (pau no cu desse governo que quer obrigar todo mundo a usar taxi depois de tomar 1 ou 2 latinhas de cerveja. Dá-lhe Waze neles!).

Depois de enrolar por tantos parágrafos e explicar o porquê de utilizar moto, venho fazer meu desabafo:

Desde que assumi uma nova posição na empresa preciso vir trabalhar todo almofadinha: barba feita, terno e gravata, sapato engraxado e cabelo arrumado. Quem tem que se enforcar (sim, porque colocar esse uniforme e ainda amarrar um pedaço de pano inútil em volta do pescoço para parecer mais formal é foda) todo dia para manter o padrão sabe que este tipo de vestuário não combina com o ato de “pilotar uma moto”. Principalmente uma esportiva, que tem posição de pilotagem desconfortável e invariavelmente vai amassar sua roupa em 100% das vezes. Isto pra mim nunca foi problema, eu ia trabalhar no máximo de camisa social, calça jeans e tênis ou sapatênis (sapato social jamais).

Pois bem, por causa da exigência do vestuário parei de ir trabalhar de moto. Ficou simplesmente impraticável. Quando eu a utilizo, às vezes, é na sexta (casual Friday é o caralho, é pior que nós outros dias, pois todo mundo desfila as camisas de marca que comprou em suas viagens bianuais para o exterior), porque posso usar calça jeans. Meus dias estão bem mais estressados, pego trânsito para ir e para voltar para casa e para um curso que estou completando à noite. Estou perdendo mais do que 3 horas por dia apenas de deslocamento e isso pra mim é inaceitável.

Como todos aqui no escritório sabiam que eu usava a moto para vir trabalhar ninguém nunca contou comigo para nada (tem mais ou menos umas 3 pessoas que moram “nas redondezas” da minha vizinhança), nem carona para ir nem carona para voltar do trabalho. E eu sempre achei isso ótimo! Eu odeio dar carona e odeio pedir também. Posso contar nos dedos quantas vezes eu pedi uma carona – prefiro pagar um táxi, só quando não tem jeito mesmo eu faço o desfavor de pedir uma carona para alguém.

Com a minha ida diária de carro para o serviço as caronas viraram uma constante! Além de pesar o carro (aumenta o consumo, mas estou pouco me lixando para o gasto da gasolina – eu só ando chutado mesmo) o tempo gasto aumenta consideravelmente. Escrevo este desabafo pois perdi TRINTA minutos em UMA RUA do lado da minha casa para dar carona para um colega de trabalho hoje. Sendo que ele mora do lado da minha casa e, em dias normais, eu gastaria no máximo 5 minutos para chegar até lá. Pra resumo de conversa, eu fiquei mais tempo entre minha casa e a casa do sujeito do que entre a casa do sujeito e o trabalho!

A partir de hoje começarei a dar todos os tipos de desculpas para não dar carona pra ninguém (sugestões?). Vou inventar de fazer cursos na puta que pariu da cidade, ou até mesmo em outra cidade, apenas para evitar carona. Além do papo chato de aturar (deveria ser proibido fazer perguntas antes de 10 da manhã) ainda vem a crítica com o modo que eu dirijo: vai se fuder, está pegando carona e ainda reclamando. Eu realmente ando rápido, corro para caralho, não me dou ao trabalho de piscar farol caso você esteja na faixa da esquerda – eu simplesmente vou lá e te corto. Trânsito já um desperdício de vida por si só (meu sonho era trabalhar no esquema de Home Office) e ainda temos que andar lentamente nele? Puta que pariu.